Ter o word assim, aberto na minha frente, completamente em branco me olhando. Ou mesmo uma folha pautada qualquer, debruçada sobre a mesa em meio a lápis e caneta. O desafio de tornar aquilo humano é o suficiente para me tirar do real.
A busca pelo que já estava ali, sem ser percebido, imaculado pela correria ou pela falta de atenção. A sede de tirar o que me incomoda das entranhas e expulsa-lo para o mundo, sem qualquer vestimenta hipócrita ou adorno verbalizado. Transformar o verbo em sentido do movimento literário, alterar as sensações e comprometer os olhos dos desavisados.
Sempre tenho algo nas vísceras, uma opinião ou uma reclamação. Acho que humano é quem se relaciona consigo mesmo, e principalmente quem torna essa relação interessante.
E mesmo que algo me falte para molhar a ponta da língua, que o estômago vazio venha a impelir o vômito literário. Mesmo que sobre muito pouco de mim para dizer. Mesmo assim, dize-lo-ei, nem que seja para mim mesmo.
Sou um eterno rascunho de mim. A busca pelo original é uma eterna mentira.
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4 comentários:
Bah, cara. Muito bom texto!
Poético e verdadeiro.
Não é fácil mesmo, por vezes, compreender a si mesmo. Na correria da vida moderna que só valoriza resultados e produção, ficamos ainda mais escondidos. Bem atrás na fila de nossas próprias prioridades.
Abraço!
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1 ano de EstavaEu! \o/\o/\o/
adorei!
sabe que tô fazendo uma oficina de criação literária, e às vezes é fds escrever assim, assado!
Mas que venha o desafio!
Bjs
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