domingo, 20 de julho de 2008

Estava eu... desaparecido à meses

Mesmo sem perceber, a tecnologia muda a nossa vida, e cada vez mais rápido. Eu, que sempre me considerei um “expert” por saber programar um vídeo cassete ou reinstalar o Windows 98, quem diria, estou ficando obsoleto.

Um exemplo clássico: Não ando mais com dinheiro na carteira. Simples, tudo aceita cartão: Padaria, buteco, posto, sorveteria, locadora, xis, quiosques de praia, etc... Meus amigos dizem que até aquelas meninas que ficam nas esquinas andam aceitando cartão, mas eu acho que é lenda. Até tele-entrega, o que parecia impossível, estão aceitando cartão. Utilizam um sistema Wireless de comunicação com o serviço e, plim, motoqueiros com uma máquina de cartões na moto.
Isso, como toda mudança, me gerou um novo problema: O excesso de canhotinhos das compras na minha carteira. Já peguei um táxi sem dinheiro, achando que o volume na minha carteira era notas, quando na verdade eram os inúteis canhotinhos. O taxista não aceitava cartão, então tive que passar em banco durante acorrida.
O pior, é que essa papelada toda não serve para nada além de aumentar o desmatamento. Porque, se for débito, já foi embora da conta mesmo, para quê controlar? E se é crédito, vem descrito na fatura, Tim-tim por Tim-tim.

Outro exemplo é celular. Até 2 meses atrás andava com um modelo simples, muito simples, que só servia para falar mesmo. Entretanto, estava velho e dando sinais de que não agüentaria o tranco por muito tempo. Corri na frente para não ficar na mão e procurei nas lojas um modelo simples novamente. Alguma coisa que desse para falar e nada mais, o que devo afirmar que não existe mais. Comprar celular para fazer ligações é coisa do passado. Inclusive comprar é coisa do passado, pois ganhei um aparelho por assinar o contrato de adesão de um plano pós-pago por 1 ano. E vem com cartão de memória, câmera, MP3 player, rádio FM e mais um monte de palhaçada.
Descobri, tarde demais, que o objetivo deles em me dar tal engenhoca era de me viciar nela. Deu certo e eu não largo mais o maldito tamagochi.
Tamagochi, inclusive, é uma coisa muito ultrapassada.

Há coisas, é claro, que demoram a mudar. O Ovomaltine do Bob’s continua sendo muito melhor que qualquer outra tentativa de milk shake da concorrência. O Habbib’s continua sendo mais barato que o McDonald’s. O McDonald’s continua sendo mais rápido que os dois. E os três nunca vão ser mais baratos e saborosos que um xis, daqueles da beira da faixa.

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Semana que passou levei a família ao Habbib’s para um momento “papocomidabrincadeira” muito divertido. Aproveitamos o atendimento péssimo e o brinquedo que distraía as crianças para um encontro quase à dois.
Com cerca de 40 minutos de atraso, enquanto a Faby aproveitava a sobremesa e as crianças voltavam aos brinquedos, o meu pedido chegou.

Depois de degustado o acepipe, uma incrível dor de barriga me tirou às pressas da mesa. Inclusive, algo que sempre me acontece em restaurantes. Após devidamente relaxado e aliviado, percebi a falta macabra de algo no sanitário, algo que nunca pode faltar. Pedir ajuda foi meu primeiro pensamento, mas o celular ficou na mesa. Após pensar por instantes de pavor, descobri um uso inusitado para todos aqueles canhotos na minha carteira.

Na hora da conta, descobri o último reduto que não aceitava o meu cartão.