quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Estava eu... abrindo a velha caixa de sapatos... [2]

Baú do Manfri
(do tempo púbere em que eu era um poeteiro)


Torto, Tolo

Pareço torto, tolo apaixonado
Que diz amar sem nem saber se gosta
Pra me vingar da tua alegria
Fui, em caminho errado, achar resposta

Quase nem pensei
em você. Já faz quase uma semana
Pra tentar me livrar do que há anos
Me prende nesta falta "doce-insana"

Mas é só uma palavra
De qualquer um que fale o seu nome
Que aqui já não me encontro
E o caminho que eu seguia errado, some

Será que é pra sempre?
Será que essa novela não tem fim?
Vingança era mentira
E se é dor até faz bem pra mim

E se é o tal destino
Dizendo que pra longe eu não vou?
Tentei embarcar antes
Mas minha mente nunca acompanhou

Chateio meu amigos
Mas acredito ainda que é amor.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Estava eu... pollockiando

Vê este espaço em branco isolado aqui no canto...
Vai sendo engolido, perdendo sua pureza no amarelo... E as outras cores vão tomando conta do resto da tela...

O fundo é mesmo um céu azul bem chavão: celeste, claro, muitas nuvens bem delineadas, quase infantilmente pintadas. Mas as nuvens não são tão brancas. Misturo com um pingo de preto. Só um pingo é o bastante.

O que está em cima é o que importa: o vermelho cuspido, o azul escuro derramado direto da lata, o preto manchando todos os cantos... Quase todos. Pincéis? Não.

Ora, não me venha com suas idéias pré-concebidas de como as coisas deveriam ser... Isso pode ser um monte de borrões incompreensíveis pra você mas pra mim faz sentido.

É como eu faço.

Olhe essa outra tela. Sim: tinta preta em todos os cantos. Todos.
Como não faz sentido? Passe a mão por sobre a tela. São diferentes tipos de tinta, pois sinta, formando um relevo, um relevo do que está por trás disto, o que ficou encoberto, o que não importa mais, o que foi esquecido por algum momento e assim ficou.

É como eu sei fazer.

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terça-feira, 4 de setembro de 2007

Estava eu e o Epicuro trocando uma idéia...

Carpe diem.
O epicurismo de quatro séculos antes de Cristo me legou esta pérola: aproveite o dia, Seize the day, Carpe diem. Não penso que alguma coisa possa ser mais sábia do que isso - viver o instante-agora, de alma e corpo integralmente (o grego Epicuro de Samos não fazia esta distinção; alma e corpo eram uma coisa só).
Essa frase me vem em determinados momentos à mente. Vezes que não vivi totalmente alguma situação ou segundo de vida. Eu fecho a cara, fico puta e exclamo: ma che merrrrda! Vezes que fico sabendo da vida interrrompida de alguém, como o amigo que festeava comigo numa sexta e que fui velar numa segunda-feira. Vezes que alguém não consegue se desvencilhar de seus medos, de seus intrínsecos e absolutos achismos e acaba por deixar de dizer e fazer muita coisa.
Cada um de nós tem, no máximo dos máximos, 120 anos nesta Terra. Um sexto disso já me passou e u digo: tá valendo a pena. Cada dia me pauto diferente, me ressignifico, abro a janela e jogo uma prece boa ao céu. Não vivo cada dia como se fosse o meu último, vivo-o como parte fundamental na construção de um sentido global intitulado VIDA. Não vou deixar o melhor pro fim, vou massageá-lo com os dentes afiados.
LIBERDADE,AMIZADE E TEMPO PRA MEDITAR; já dizia o filósofo Epicuro.