Vou avisar vocês: esta preguiça de buscar a felicidade por conta própria vai acabar com o amor.
Vejo minhas amigas namorando, casando, separando e casando de novo. O engraçado é que quase nunca as vejo entre um relacionamento ou outro, pois quando ligo para convidar pra sair, não podem, pois o “amor” vai visitá-las hoje. Não consigo entender se essa eterna busca de alguém que as faça felizes é carência, medo da solidão ou apenas preguiça de tentar ser feliz sozinhas.
Na matemática seria: pessoa (-1), alguém pra completar (+1). Pelos meus cálculos, a realização afetiva estaria em (0), ou seja: “ter alguém” foi substituído pelo “alguém que me complete”. A tentativa de buscar a felicidade por conta própria é inversamente proporcional à seletividade: acaba-se aceitando qualquer (+1) por pressa.
E como doar amor quando não se tem o próprio? Como fazer alguém feliz, quando não se é? Não se pode nem dividir. É esperar eternamente pelo outro. É viver dependente e ser feliz com zero. E quando o zero não é o bastante, troca. E cada vez mais rápido.
Ou eu quero demais ou está todo mundo se contentando com pouco. Devo entender nada de amor, de relacionamento ou de matemática.