sexta-feira, 18 de novembro de 2011

...treinando cantadas


Na última passada pela construção, não ouvi nada

Dei aquela “ajeitadinha” na saia, diminuí o passo e

nada.

Nem uma marteladinha.

Geralmente ecoaria um “-ê, lá em casa”, do andar de baixo

Um “te jogo na parede e te chamo de massa corrida” lá do terceiro andar.

Hoje não.

“Seis pães e uma Coca?” balbuceou o padeiro lindo.

Era tão lindo, que eu tinha certeza que a profissão dele vinha de família.

Eu comprava sempre naquela padaria.

Não por causa do pão do padeiro...

nem do padeiro pão.

Mas porque era caminho da obra.

A obra que durara 11 meses havia sido concluída, pra minha tristeza.

Não era pra inflar o ego, nem pra levantar a moral, que eu havia passado por ali todos os dias.

Era pela diversão, pela gargalhada garantida até nos meus piores dias.

“Pelo menos a padaria não fechou.”

Mas, ainda assim, prefiro uma tijolada na cabeça rindo,

que um croissant sem sal.