quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Estava eu... girando muito rápido

Sempre tenho um certo receio de levar as crianças na pracinha. Alguns brinquedos, e principalmente crianças, são muito perigosos. Mesmo assim, enfrento este obstáculo e levo as duas para um passeio pelas praças do bairro, deixando que fiquem com as outras crianças e que brinquem livremente, somente observando de longe.

Mesmo com um cara estranho sentado ao canto, com um sorriso costurado na cara e com os olhos cheios de uma felicidade difícil de explicar senão por meio artificial, eu me sento na sombra da praça.

Elas correm direto para o carrossel, onde muitas outras crianças brincam. Elas fecham os olhos, inclinam a cabeça, dando a impressão com seu sorriso de que estão adentrando em um mundo muito diferente. Ele gira, gira muito rápido, mais rápido que o mundo gira, mais rápido que o efeito que causa, distorcendo a sua percepção.

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Sempre que minha mente se distorcia e eu sorria como um imbecil, procurava um canto na sombra pra curtir. Sempre havia uma sombra na praça, cheia de crianças e de brinquedos, onde eu podia esquecer da minha vida até o efeito passar. O final de tarde sempre se desenha no lado limiar da minha mente, antes mesmo do sol se por.

Pouco importava minha condição ou minha aparente falta de condição. As crianças, os gritos e os movimentos me distraiam a mente. Fechava os olhos e inclinava a cabeça, tentando recuperar algo que sentia ter perdido há muito tempo: Minha esperança.

2 comentários:

Anônimo disse...

Saudade do tempo de criança...

Mas a esperança, ah!, não percamos jamais!

Sempre em frente!

Belo texto, cara. Abração!

Anônimo disse...

Ah!
Leiam o texto do Emerson. Ficou escondido lá no dia 16 de setembro.
Ou aqui: http://estavaeu.blogspot.com/2007/09/pitando-e-tomando-um-amargo.html