domingo, 5 de agosto de 2007

Estava eu 'em busca do equilíbrio e da serenidade'....


...quando olhei a foto desta vaca. E foi assim: preciso ser como a vaca. A comer sem mastigar, depois regurgitar o alimento, degustando por horas. Eu, ao contrário, vomito, não regurgito; monstro humano não sabe fazer direito, não sabe engolir. Viver tranqüilamente na vacaria, sem essa de querer viajar pra longe, pôr mochila nas costas e coisas que humano gosta de inventar. Só sai pra passear se o tempo estiver bom, pra fazer algum tipo de exercício, ver o pasto. A vaca vive pro seu bezerro, pro humano também. Aceita o subterfúgio de ser vaca. Por ser animal tão solícito e sereno, na Índia, a vaca é sagrada (aliás, procurei e não achei uma razão convincente para o fato, algo que enriqueceria culturalmente este texto). Os Hindus, um povo sereno, que vive numa sociedade de castas, aceitando a origem, deixa a vaca passear na feira, comer fruta, cagar no meio da rua.

E eu aqui, sofrendo por questionar, miro mais uma vez a vaca. Tirei essa foto em Nova Trento, ou melhor, no interior de NT. Um lugar que me traz tranqüilidade, eqüilíbrio, a serenidade que eu preciso agora. Hoje, na frente do excitante computador, eu me espelhonaquela vaca que fez pose pra mim na foto. Serena. Eqüilibrada. Me dizendo "Ana, é assim. Aceita."

Pois é...Preciso engolir e regurgitar mais, chega de vômitos...

3 comentários:

Arlise disse...

Bah!
OS três últimos posts falando em vômito :S

Ótimo texto! Mas te pergunto, o que seria o interior de NT?(heuehue..tri sacana).

Anônimo disse...

Vida boa a da vaquinha...

A idéia anterior do vômito foi regurgitada, e isso pode ser bom.

Aos desavisados e facilmente impressionáveis: esse blog é de gente limpinha, sim!
:)

Muito legal, APC!
bjo.

Pywa disse...

Nossa, que saudade de ler isso.

A vaquinha aí me inspirou e me fez pensar. A vaquinha da foto, é claro, eu não seria tão indelicado (seria?) assim.

Aceitar não está no sangue do poeta. O que corre em suas veias é mais mudança e menos reza, é mundo novo com obra antiga, é um caixão vermelho e decorado para festa.

Não se pode amansar o poeta, Ana... Aceite então, se é o caso, a vocação das letras...

Abraço de um amigo com saudade...